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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, na última semana, o Retsevmo (selpercatinibe), da farmacêutica Eli Lilly. Trata-se de uma terapia-alvo oral indicada para o tratamento de tumores sólidos avançados ou metastáticos (ou seja, que está se espalhando para outros órgãos) que sofreram alterações no gene RET. Esse é a primeiro e único tratamento aprovado para tumores com essas características.
O tratamento é indicado para o câncer de pulmão de células não pequenas avançado, câncer de tireoide avançado e qualquer tumor metastático que tenha fusão ou mutação no gene RET. Esse gene está envolvido em diversas funções do desenvolvimento de células e, quando sofre alguma alteração, pode dar origem a células tumorais, causando esses tipos de cânceres.
“Todos nós temos o gene RET em nossas células, da mesma forma que todos nós temos torneiras em nossas casas. Quando uma célula tem uma alteração que ativa o gene RET, as células se proliferam de uma forma desordenada; é como se sua torneira ficasse aberta indefinidamente, permitindo que a água se espalhasse sem controle. O Retsevmo age como uma ferramenta que ajuda a fechar a torneira e inibir diretamente a origem do problema”, explica Guilherme Harada, médico oncologista e coordenador de pesquisa clínica em oncologia do Hospital Sírio-Libanês.
Isso é possível porque o Retsevmo é uma terapia-alvo, ou seja, é um tratamento que ataca especificamente as células cancerígenas, causando poucos danos às células normais. Por isso, ele é interessante para pacientes oncológicos que apresentam essas mutações no gene RET, pois ataca especificamente as células anormais que causaram o câncer devido às alterações nesse gene. Em tratamentos convencionais, como quimioterapia, o tratamento também atinge células saudáveis, ampliando os efeitos colaterais indesejáveis.
Quando a terapia-alvo é indicada?
Para saber se uma terapia-alvo pode fazer parte do tratamento para câncer, é preciso fazer alguns exames específicos que identificam genes, proteínas e outras moléculas que podem estar envolvidas no desenvolvimento do tumor. É o caso do teste de biomarcadores.